Professor do Instituto de Química é premiado no Encontro Brasileiro de Síntese Orgânica
O professor do Instituto de Química (Inqui) Jamal Rafique recebeu o prêmio RSC/BMOS Early Career Investigator durante a cerimônia de encerramento do 19º Encontro Brasileiro de Síntese Orgânica. Essa edição do evento científico internacional bianual foi realizado em Bento Gonçalves (RS).
A premiação, promovida pela organização do evento e pela Sociedade Real de Química, condecora desde 2013 pesquisadores do Brasil, América Latina e Reino Unido. Além do professor da UFMS, mais um pesquisador brasileiro e dois nomes do Reino Unido também receberam o reconhecimento: Rodrigo Cormanich, da Universidade Estadual de Campinas; Louis Morrill, da Universidade de Bath; e Liam Ball, da Universidade de Nottingham.
Jamal é natural do Paquistão e, inicialmente, mudou-se para o Brasil a fim de realizar seu doutorado em Química Orgânica, nas áreas de Química Verde e Síntese Orgânica, que resultou também em um pós-doutorado no país. O pesquisador foi nomeado pela Academia Brasileira de Ciências no ano passado e colabora com a UFMS desde 2018, onde atua como professor visitante estrangeiro, e coordena, junto com o professor Adilson Beatriz, o Laboratório de Síntese e Transformações de Moléculas Orgânicas.
“Quando eu cheguei aqui, eu senti que tinha um vácuo, uma área que não foi explorada na Síntese Orgânica. No Centro-Oeste, aqui no Estado, praticamente ninguém estava mexendo com a área de calcogênios, aplicação de redução moleculares, e eu comecei a trabalhar com isso lentamente. Aqui achei bons colegas, que me deram apoio psicológico, então eu senti uma motivação de ‘eu acho que posso contribuir ainda mais’”, explica o professor.
O docente considera que representa o coletivo do Laboratório e receber o prêmio é uma satisfação e um reconhecimento pelas pesquisas desenvolvidas por esse grupo. “Foi um orgulho, porque ganhamos pela primeira vez uma premiação não somente para o Laboratório, mas para a Universidade, para o Estado e para a nossa região. Porque, pela primeira vez, alguém ganhou esse tipo de premiação, reconhecida por um grupo que foi criado em 1972. É uma premiação de peso muito alto para nós, estamos conseguindo fazer um trabalho de um nível tão alto que conseguiu uma visibilidade não só dentro do país, mas também no exterior”, relata.
“Todos os alunos que estão entrando no grupo são dedicados. Isso, para mim, é algo prazeroso ou de sorte, porque, para mim, o grupo cresceu rápido por causa da dedicação deles”, ressalta Jamal. O professor coordena 12 pessoas no Laboratório de Síntese e Transformações de Moléculas Orgânicas, onde atualmente quatro estudantes desenvolvem projetos de Iniciação Científica, cinco realizam pesquisas de mestrado e três de doutorado. O foco do grupo de pesquisa é a preparação de compostos orgânicos que têm potenciais aplicações na química medicinal e na química tecnológica.
Sobre os próximos passos do Laboratório, o professor relata que, como os resultados das pesquisas são visíveis e de alto nível, espera que exista um maior investimento na área. “Eu digo para os meus alunos que nós precisamos trabalhar a pesquisa para sempre. As coisas que nós vamos receber, as premiações, a visibilidade, é um ganho para nós que não deve ser uma razão para nós pararmos, isso deve ser uma das motivações para continuar e trabalhar com mais foco e dedicação. Então o próximo passo é com mais peso, mais responsabilidade, e com a mesma qualidade”, pontua.
Mais informações sobre o trabalho do Laboratório de Síntese e Transformações de Moléculas Orgânicas podem ser conferidas aqui.
Texto e fotos: Giulia Fonseca, bolsista da Agência de Comunicação Social e Científica